segunda-feira, 11 de março de 2013

Das coisas que me confundem

Em tempos menos bons passei por fases depressivas muito complicadas. O meu problema é antigo e teria solução se há 21 anos atrás os tempos fossem outros. Ninguém diria que aos 9 anos nós pudéssemos ter depressões e muito menos há 21 anos atrás quando esse assunto era 'coisas de malucos' e eu não era maluca, só era meio parvinha.

Enfim, nesses tempos menos bons eu passei por fases em que planeava a minha morte, assim algo brutal e sem solução médica. Planeava isto detalhadamente até ao dia em que não era capaz de o fazer. Levei assim muitos anos, podemos dizer que foi a minha vitória pessoal ter superado isso ao longo dos anos sozinha. No entanto, aos 27 (aqueles que achava que seriam o marco da minha vida em coisas boas), deixei-me apanhar forte e feio pelo bicho papão da depressão, já não me sentia como me senti há muitos anos atrás. É uma sensação de impotência na nossa vida, não somos seguidos pela vida com gosto e prazer, só vemos as coisas más a absorverem o que resta de nós e não sobra nada. Eu deixei-me enveredar por esses caminhos sombrios e pensei vezes sem conta acabar com tudo, nem por sombra de dúvida pensei em levar alguém comigo. Sempre pensei, se acabar com isto será sozinha. 
O que me confunde é como é que alguém que só pode estar depressivo para não ver a luz ao fundo túnel resolve acabar com a sua vida e leva a de alguém que deveria de amar mais que a si próprio. Confunde-me horrores matarem um filho seja porque motivo for. 

Se um dia tiver filhos, algo em que não acredito muito, o meu filho será a minha vida. O bem estar dele será a minha prioridade e se eu não for capaz de lhe dar isso, tenho a certeza absoluta que alguém na minha família o fará.

A depressão não tem cura assim muito facilmente, é um bicho papão que vai e volta e nem damos por isso, mas antes de mim estão todos os outros que amo e nunca seria capaz de fazer mal a alguém que amo, muito menos um filho.

3 comentários:

  1. Temos mesmo de nos agarrar a quem gosta de nós, nestas fases difíceis.

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  2. Mudaste de blogue e não avisas??? Ai ai ai que isso não se faz!
    Welcome back! ;)

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  3. Também me confunde e muito essa história de acabarem com a sua vida e com a dos filhos... alguém há-de cá ficar para tomar conta deles, nem que seja numa instituição... agora não consigo entender como é possivel acabar com a vida de uma criança... acho demasiado egoismo!

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