O meu grupo mais chegado, nomeadamente o núcleo duro da coisa, era composto por duas raparigas e um rapaz. Nunca me fez muita confusão haver um rapaz, até prefiro, porque as coisas ficam mais equilibradas. E também nunca me fez muita confusão perceber que eles gostavam um do outro e que não admitiam. Ele tinha uma relação com uma rapariga e ela ia vivendo a sua vida. Sempre nos entendemos e sempre fizemos tudo juntos. Éramos quase um só. Apesar da ligação deles ser diferente, talvez não fosse, eu nunca me senti a mais ou fora do contexto. Entretanto ele e a namorada acabaram e todo o mundo sempre pensou que fosse desta que eles se descobrissem. Tentei dar o empurrão falando com um e com outro. A resposta foi sempre a mesma: 'Se não nos entendermos como namorados ou se a coisa não faiscar a amizade vai ficar tremida. Não vives num mundo cor de rosa em que não percebas que será complicado'
Eu resignei-me a aceitar, tudo em prol de manter uma amizade. Um laço quase tão forte como de família. Ele começou a namorar com outra rapariga de fora, ela foi estudar para Lisboa e a amizade esfriou, arrefeceu e hoje é quase nula. Não é daquelas amizades que passamos tempo sem nos ver e que depois é o mesmo. Não. É uma coisa forçada, só te falo porque tem de ser.
A mim dói-me. Também já doeu mais. Custa-me perder uma amigo, um irmão assim. Compreendo que a vida segue e há pessoas que ficam e outras que vão. Mas ele era um irmão e não posso fazer nada para que volte a ser como dantes... Não tentaram porque a amizade ficaria abalada mas ficou na mesma.
O que não tem de ser, não é mesmo. A vida continua...
A vida dá muitas voltas...
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